Anticoagulantes - O que o paciente precisa saber
- Vinícius Costa
- 18 de dez. de 2019
- 2 min de leitura
Atualizado: 23 de jan. de 2020
Você pode assistir o vídeo clicando na figura, ou se preferir direto no YouTube pode clicar no link abaixo:
Olá, tudo bem? Nesse video vamos falar sobre os anticoagulantes: um tipo medicação que usamos muito na cirurgia cardiovascular, e que requer atenção especial.
Primeiramente, vamos fazer uma revisão de conceitos, e para facilitar, vamos imaginar que uma parede da sua casa quebrou. O que vamos precisar? Tijolo e cimento. Os tijolos podem ser comparados às nossas plaquetas, que são elementos presentes no nosso sangue, são pequenos fragmentos de células. E o cimento são os fatores de coagulação: são substâncias que reagem entre si e funcionam como a massa - unem as plaquetas e ocupam espaços.
Então já sabemos que existem dois tipos de medicação: os antiagregantes, como o AAS e clopidogrel, que reduzem a capacidade de adesão das plaquetas, que são os tijolos; e os anticoagulantes: varfarina ou Marevan, que reagem com a vitamina K, e os novos anticoagulantes orais que atuam em outros fatores, como dabigratana e rivaroxabana. É como se o nosso cimento demorasse bem mais a endurecer.
Então medicações antiagregantes ou anticoagulantes não afinam ou deixam o sangue mais ralo. Elas atrasam o processo de coagulação.
Então aqui, nós entendemos porque essa medicação merece tanto cuidado. Sem controle adequado, a capacidade de coagulação fica tão reduzida que o risco de sangramento acaba superando o benefício da anticoagulação.
Mas se o processo de coagulação é uma defesa do organismo, qual o sentido de modificar?
Alguns problemas de saúde podem levar a formação de coágulos no momento inadequado; ao invés de te proteger de uma sangramento, esse coágulo é formado dentro do vaso e vai impedir o fluxo de sangue, podendo gerar tromboses ou até mesmo um AVC.
Em algumas arritmias, como a fibrilação atrial, o sangue circula mal no átrio, uma parte do coração, acaba coagulando porque ficou ali mais parado, e esse coágulo uma hora acaba se soltando, e pode ir para qualquer parte do corpo.
Outra indicação comum é quando substituímos a valva do paciente por uma prótese; se for biológica, utilizamos a medicação por um mínimo de 3 meses, se for mecânica, por toda a vida.
Agora que já entendeu o motivo, vamos falar sobre o controle.
Os novos anticoagulantes não precisam de dieta especial e não requerem controle no laboratório. Mas hoje, em dezembro de 2019, ainda não são liberados para uso em próteses cardíacas. Isso pode mudar no futuro.
A varfarina, que reage com a Vitamina K, requer controle no laboratório a cada duas ou três semanas, e cada paciente tem uma meta, que pode ser um RNI entre 2 e 3 nos casos de fibrilação atrial, ou 2,5 a 3,5 nos casos de prótese mitral mecânica. Você então vai informar seu médico do resultado do exame, e a dose da medicação deve ser ajustada de acordo com essa tabela. Uma dieta que controle o consumo de alimentos ricos em vitamina K vai ajudar muito a evitar as variações.
Acho que hoje eu já falei bastante!
Em caso de dúvidas na indicação, riscos ou controle do RNI, entre em contato pelos links do site e vamos agendar uma consulta. Um abraço, e até a próxima.
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